Quem era Brian? Foi o que Jhonatan se perguntou em quanto ia caminhando por um parque. Ele percebeu um rapaz aparentemente refletindo sobre algo, mas sentiu como se estivesse decepcionado com alguma coisa. Aproximou-se e perguntou as horas, ao responder-lhe notou certa vontade de expressar algo, perguntou seu nome e ele disse que era Brian, então Jhonatan falou, – muito bem Brian, o que pensas caminhando por este parque? ele respondeu, – sobre a vida, ela sempre nos prega algumas peças, muitas delas nos chega a trazer um certo nível de dor isso em muitos sentidos.
Jhonatan imaginou que talvez algo inquietasse seu coração, só não sabia o que poderia ser. Afastou-se um pouco e continuou a caminhar, começou a observar as pessoas que estavam no parque, crianças brincando alegres com seus pais, jovens, adolescentes e casais conversavam felizes, percebeu as várias maneiras de expressão em cada um deles. Já na saída lá estava Brian. E olhando para Jhonatan ele murmurou, sabe acho que te falar o que eu pensava ao caminhar pelo parque talvez seja bom. – Então conta-me, se te sentes a vontade, respondeu.
Olhando meio de canto respondeu: – eu amei tanto uma pessoa, fiz de tudo por ela, me sentia amado, valorizado e feliz. Imaginava que ela sentia o mesmo, pois foi o que me falou em vários momentos. No entanto, ela teve que partir, penso que ela não percebeu o quanto eu a amei, ou talvez o fato de não poder me corresponder tenha levado a afastar-se de mim. Não consigo pensar qual seria menos doloroso, sua partida ou ficar mesmo diante da perceptível divergência de sentimentos.
Sua partida parecia uma geleira derretendo ao meu redor, mas meu coração queimava como se estivesse se consumindo em chamas, talvez eu não seja capaz de descrever todo aquele sentimento, e você talvez não estaria disposto a ouvir sobre eles, mas o que eu quero dizer é que ainda nos resquícios daquele louco sentimento, via suas postagens como se tivesse vivendo um abandono, sei que não era de mim que falava, mas também não sei a quem se referia.
Eu não sabia o que ela realmente estava vivendo de fato, porém pensava por que havia rejeitado todo meu amor, todo meu carinho, todo o meu companheirismo. Se não fosse minha autoestima me sentiria inútil, porém levei comigo a certeza do cara incrível que eu sou, da minha capacidade de amar, do meu companheirismo, da minha dedicação por quem amo.
Depois comecei a perceber que todos os sentimentos dela, seus traumas, suas dores independiam de mim, e o mais incrível que eu descobri é que a minha presença não fazia diferença, talvez a ausência fosse a mais aceitável. Isso foi doloroso, sempre criamos expectativas, idealizamos as pessoas sem sequer alcançar o profundo do seu ser, pois essa profundeza é sempre um mistério.
Jhonatan ao escutar atentamente suas palavras ficou uns segundos em silêncio, e olhando para ele Brian falou, – não precisa falar nada, você já me escutou, eu que vivi não entendi, pode ser que você também não entenda. – De fato, respondeu-lhes, e em seguida perguntou: e o que sentes agora? – Melhor por ter partilhado com você, mas eu já não sinto como antes, considero que não me afeta mais como afetava, porém os meus pensamentos ainda remoem tentando entender, isso eu ainda não superei.
Ele agradeceu Jhonatan por tê-lo escutado, disse que precisava ir, e Jhonatan ficou observando enquanto ele saia do parque a passos lentos como se a sua reflexão ainda permanecesse. Jhonatan parou um pouco, sentou em um banco e ficou a se perguntar, quem era Brian. Pensava ali que os sentimentos nos tornam grandes, mesmo que essa grandeza passe pelo sofrimento, como ressaltou Rubem Alves, “não é toda ostra que faz pérola, só a ostra que sofre.” O sofrimento quando usado na direção certa traz um grande crescimento.
Autoria do texto: Sebastião Caldas
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