Somos o que somos, pois fomos educados a sermos assim, um povo sofrido que de tantas injustiças está anestesiado e com um alto grau de miopia. Isso nos torna capazes de aplaudir e idolatrar aqueles que nos oprimem. Somos produto de um sistema que deixou de nos dar a educação necessária para nos transformar num povo sem certa capacidade crítica, tornando-nos uma massa de manobra.
Como bem salientou Paulo Freire:
"É ingenuidade nossa pensar, que a classe dominante vai desenvolver uma educação, que a classe dominada perceba as injustiças que sofrem."
Acrescento ainda que seria legislar contra eles próprios, o que jamais fariam.
Diante disso, o desafio é tomarmos consciência, saber que estamos divididos em classes, e a nossa é a menos favorecida, a que é abandonada e desprezada. Barreiras dividem os que estão em nível baixo e os que estão em nível alto. Não vamos nos iludir pensando ocupar uma classe social que não é a nossa, defendendo os de cima se estamos aqui embaixo.
Nossa classe social é a menos favorecida, não que sejamos incapazes em nível de inteligência ou de intelectualidade, mas porque uma vez dividido as classes, os de nível elevado farão de tudo para não alcançarmos o mesmo nível. Para eles seria humilhante chegarmos à mesma posição social.
Isso não é vitimização, é reconhecer a realidade. Precisamos tomar consciência de que somos pessoas fortes e inteligentes, somos capazes de refletir a nossa realidade, não podemos ficar a reproduzir o pensamento dos senhores, temos que pensar o melhor para nós, defender os nossos interesses.
Autoria do texto: Sebastião Caldas
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