Preparai o caminho do Senhor: uma voz grita no deserto

“Uma voz grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!” (Mt 3,1-12). É a voz que antecede a do Messias e faz o mesmo apelo: “convertei-vos e crede no Evangelho”, mudai de atitudes e “permanecei no meu amor”! A figura de João Batista é indispensável no caminho natalino pois, ele surge para dizer que a salvação nasce do Espírito, do “rebento de uma flor, do tronco de Jessé” (Is 11,1).

O itinerário dos que desejam viver intensamente o Advento deve ser marcado pelo espírito de “sabedoria, discernimento, conselho, fortaleza, ciência e temor de Deus” (Is 11,2). Em outras palavras, advento é um Pentecostes de dons a serviço do Príncipe da Paz. “O Deus que dá constância e conforto, vos dê a graça da harmonia e da concórdia, como ensina Cristo Jesus” (Rm 15,5).

Preparai o caminho do Senhor, uma voz grita no deserto. O Reino de Deus é uma verdade que habita no sagrado mistério da vida transfigurada por um processo de conversão, aberto a colher frutos abundantes de luz e graça.  A falta de clareza do bem atrai “raças de cobras venenosas”, de pessoas denegridas por suas fomes de maldades que provocam os que estão marcados com a fé. Mas a estes, o Senhor os espera com o machado da justiça para cortar suas raízes podres e jogá-las no fogo do esquecimento.

O prazer do humano, deveria ser temer a Deus, respeitá-lo e honrá-lo com sua vida. Advento é tempo de redescobrir a beleza do temor a Deus que se expressa na humildade, na justiça para com os sofredores, na destruição do mal que cresce, na promoção da paz, na defesa da criação. A voz do cristão deve ecoar hoje, sobretudo, na volta transparente ao coração de Deus, rompendo com as mínimas barbáries protagonizadas pela mentira dos ídolos.

É preciso sair desse deserto de cegueiras para ser livre no Espírito. E isto, se faz, tendo a coragem de escutar a própria consciência e decidir mudar, vestir a roupa do bom caráter que não mais foge da luz, mas é abraçado pela ternura do Menino Deus. Peçamos a virtude da temperança ou da sobriedade que freia os impulsos deixando Deus conduzir nossas ações.

Paz e bênçãos! 

Autoria do texto: Pe. Nilton Cesar Boni – cmf