A estrada de barro era o caminho solitário daquela pessoa que a passos lentos percorriam numa direção que nem mesmo ela entendia para onde a levava. Simplesmente seguia por cada curva, contemplando a beira da estrada deserta em que passava.
Neste
percurso passou por muitas coisas, e muito se passava por ela, assim como os
carros e caminhões que só deixavam a poeira agitada, embaçavam os seus olhos e
dificultavam a sua viagem.
Aquela
pessoa parecia solitária, um mundo de complexidades o cercava, não só a estrada
de barro, mas a vida de terra, a vida de quem teve o privilégio de pertencer a
este mundo desafiador e encantador. Desafiador por suas complexidades e poeiras
levantadas ao longo do percurso terreno, encantador por suas belezas e
alegrias.
Lá
se vai aquela pessoa, seguindo a estrada de barro, se alguém a viu não sabe
para onde foi nem se regressará mais tarde, deixou apenas incertezas para quem
conseguiu o avistar caminhando naquela estrada de barro.
Onde
poderia estar aquela pessoa ao cair da noite, como poderia o escurecer daquela
tarde mexer com o seu profundo ser, seus sentimentos e visão de si, uma pessoa
é um mundo, uma alma, e uma vida cheia de muitas belezas, alegrias e tristezas.
Se a invisibilidade deixou que o vissem, quem a viu o percebeu solitária, mas o que poderia ser a solidão para aquela pessoa, a solidão seria o está desacompanhado ou está cercado de pessoas e vazio de si mesmo? Não podemos afirmar porque nela há subjetividade. Mas o que se sabe é que aquela pessoa sumiu na estrada de barro e não se sabe para onde foi.
Autoria do texto: Sebastião Caldas
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