Não é
objetivo deste texto conceituar a tristeza, mas quero dizer que dependendo da
sua ótica eu sou uma pessoa triste, se não alcança a profundidade do meu ser
serei uma pessoa triste aos seus olhos, porque eu sou profundo, não me permito
o luxo da superfície, mergulho nas profundezas e talvez por isso me
perceba triste.
Se entenderes o que falo agora, não falo de uma pessoa de
“cara amarrada” como diz o ditado popular, mas de alguém que sorri, que às
vezes parece galhofeiro, este é meu jeito, numa conversa ao falar do profundo
da vida alguém pode pensar que sou um ser melancólico.
Mas não vejo melancolia, me vejo diante da realidade da
vida, mergulho tão profundo nela que não tenho coragem de chamar-te como
companhia, pois não sei se terás fôlego o suficiente para suportar as
profundezas deste mergulho.
Assim como um mergulho nas águas profundas exige fôlego e
coragem, mergulhar nas profundezas da existência humana exige bem mais, por isso
se vê muitos nadando na superfície, se distraindo atrás de sorrisos rasos por
temer encarar o que existe no profundo.
Eu não tenho medo, a minha alma não suporta a superfície e
desafia as profundezas, ela gosta do complexo, pois busca entender a mais dura
realidade para assim encará-la da maneira mais serena possível, talvez por isso
me confundam com uma pessoa triste.
Quando olhas para mim e vê meu semblante abatido aos seus
olhos, eu não estou, simplesmente eu posso ter dado um mergulho profundo e enxergado
muitas coisas que não enxergaria se tivesse na superfície, e isso apenas cansou
o meu olhar, mas eu não estou abatido.
Se uma pessoa que visita as profundezas da existência
humana conseguir minimamente entender como são as complexidades dela, essa pessoa
será feliz, mas não o feliz isento da dor, do sofrimento e da dificuldade, mas
o feliz que com tudo isso sabe o seu lugar nesta vida e qual é o seu propósito
nela.
Este quando sorrir seu sorriso será profundo, inabalável
pois ele vem da alma, quando seu olhar estiver cansado, ele também vem das
profundezas da alma que conhece o profundo da existência humana
Autoria do texto: Sebastião Caldas
0 Comentários