O amor é sempre belo pelo simples fato de ser amor, ou seja, pelo fato de uma pessoa amar, é belo em todo curso que constrói sua história. O desencontro de sentimentos é uma realidade que não pode ser evitada pelo simples medo de se envolver, o amor nasce no coração e não pergunta se haverá reciprocidade, apenas nasce, e o que passa a amar tem o desafio de conviver com tão grande sentimento sem sufocar a amada/o. O final feliz independe de haver amor. Foi o que aconteceu naquela bonita história.
Aquele jovem desde que a conheceu sentiu algo que lhe chamava a atenção, seu olhar misterioso, não somente seu olhar, mas toda a vida daquela menina fascinante era um mistério. Na vontade de conhecê-la melhor ele foi imergindo-se cada vez mais em seus mistérios, sem perceber ele foi se envolvendo até ficar completamente imerso em sentimentos, ele aparentemente estava amando-a, e estava.
Nesse sentimento foram tempos maravilhosos naquela relação, momentos bonitos, satisfatórios e felizes, vidas compartilhadas, loucuras que sempre adentravam a alma e arrancava vitalidade que parecia obra de arte feita por mãos perfeccionistas por serem momentos tão perfeitos. Os dois tinham grande sentimento um pelo outro, embora ele tivesse um sentimento mais intenso. Ela sempre deixou claro que o seu sentimento não chegaria a corresponder ao dele, mas ele a amava sem medidas.
O tempo passou a desgastar aquela relação, ela sem poder respondê-lo a altura do sentimento que recebia passou a se afastar, e como todo sentimento nasce, se alimenta e sobrevive de cuidado e reciprocidade aquele amor passou a sofrer um baque. Ah, aquele jovem. Aí veio o peso de um amor que não teve sua correspondência, lembranças pareciam ondas a comprimir seu peito. Imaginar que a pessoa que ele tanto amava poderia estar futuramente vivendo com outro aquilo que viveram ou até mais intenso, o deixava com o peito apertado.
Mas amar é saber que independente do final feliz o que vale é ter consciência do quanto amou e o quanto se doou pela pessoa amada, e que mesmo que se ame, deixar ir também é amar. E foi o que aquele garoto passou a fazer, sabia que a amava, mas que quando se ama também deixa livre a amada. Desejando a felicidade de quem tanto amava passou a olhar de longe por meio das lentes embaçadas que restaram de tão belo sentimento.
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